sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quando falha as TIC

Na semana passada, estava quase a começar uma aula de sensibilização de substâncias psicoactivas e falhou o projector de vídeo e toda a aula estava baseada numa apresentação em power point e outras ferramentas. Foi-me necessário durante a actividade inicial reestruturar mentalmente a aula de forma a que os meus alunos não se apercebessem que algo falhou????? E quando falham as tic? Há vida para além das TIC?????

domingo, 21 de novembro de 2010

Klein, M. F. (1985) - Curriculum Design

“The designs available for use in curriculum development must evolve as new demands are placed upon the schools. Older patterns of curriculum design must be improved and new ones must be developed as knowledge, societies, and students change. Curriculum design must not be perceived as, nor allowed to became, static and unchanging. Creativity and adaptability must be essential characteristics of existing and evolving patterns of curriculum design.”

Klein, M.F. (1985)

Creio que esta é a grande questão que Klein nos coloca com este texto – a flexibilidade e adaptabilidade que os currículos devem ter. Todavia assistimos ao inverso, apesar de nas nossas escolas existirem cada vez mais quadros interactivos, projectores de vídeo, computadores em todas as salas, wi-fi espalhado pela escola, as aulas continuam a decorrer em função dos objectivos que os professores estabeleceram e não em função das competências que os alunos têm de alcançar. São sistematicamente desrespeitadas regras de desenvolvimento curricular, onde as taxonomias que são trabalhadas são as de nível mais inferior e as de nível superior, o aluno tem de as conseguir trabalhar “á revelia” dos objectivos programados das aulas. E, a famosa, integração das tic no currículo é meramente instrumental ou metodológica e não estrutural e determinante.

Mais leituras

O que é Curriculo?

Ao definir currículo, Tomás Tadeu da Silva (2000) afirma que o currículo é trajectória, percurso. O currículo é autobiografia, a nossa vida, o curriculum vitae: no currículo forja-se a nossa identidade. (...) O currículo é documento de identidade”. Claude Dubar (1995), por outro lado, ao referir-se à construção da identidade profissional como articulação de duas transacções, Dubar considera de grande relevância, no caso das identidades profissionais, a identidade profissional de base, enquanto parte da transacção biográfica, e define-a como trajectória ou projecção que põe em jogo imagens de si, apreciações de capacidades e realizações de desejos. Esta aproximação entre currículo e biografia está, aliás, presente no étimo latino currere, que significa caminho, percurso, trajectória. Os objectivos que prosseguimos incitam-nos, no entanto, não só a distinguir entre currículo e biografia, mas também entre diversas acepções e dimensões do currículo.

Com efeito, as concepções de currículo são diversas, de acordo com as perspectivas teóricas preferidas e com as dimensões enfatizadas.

Numa concepção ainda dominante, o currículo é sinónimo de programa. Trata-se de uma concepção que nos remete para os programas nacionais ou para o currículo escolar na sua faceta instituída. Recebendo diferentes designações em diferentes autores – “currículo formal”, “currículo oficial” e “currículo prescrito”, respectivamente para Perrenoud (1995), Goodlad (1979) e Gimeno (1988), esta visão do currículo diz respeito ao que é legitimado pelos poderes instituídos e corresponde a um sistema formal de conhecimentos e valores definidos como válidos para todos, independentemente de outras variáveis. O “currículo formal” é o currículo explícito, hegemónico e homogéneo. Corresponde-lhe um desenvolvimento curricular de tipo prescritivo.

O “currículo informal” refere-se a toda a actividade que faz parte da vida escolar dos alunos. Visto como algo em construção, o currículo informal é um plano organizado, que inclui conteúdos, métodos e meios. Recebendo também designações diversas - “currículo real” (Kelly, 1980; Perrenoud, 1995), “currículo realizado” (Gimeno, 1988) ou “currículo experiencial” (Goodlad, 1979) - , o “currículo informal” diz respeito ao que realmente se faz, independentemente, ou para além, do formalmente previsto. O desenvolvimento curricular assumido de forma autónoma e reflexiva, por parte de professores ou de alunos, assenta nesta concepção de currículo, razão pela qual pode receber o nome de “currículo reflexivo”. Santomé (1995) considera-o também o “currículo oculto” (“implícito”, “latente”, “escondido” ou “paralelo”), dimensão relacionada com os processos de socialização inerentes às diversas experiências escolares, académicas ou não académicas, que transportam consigo valores, com impacto na formação, sem que cheguem, alguma vez, a explicitar-se como metas educativas a atingir intencionalmente. Ela diz respeito a “todos aqueles conhecimentos, destrezas, atitudes e valores que se adquirem mediante a participação em processos de ensino e aprendizagem e, em geral, em todas as interacções que se dão no dia-a-dia das aulas e escolas” (ibid:201).